O livro Serápis de Alexandria: discursos e representações de poder em disputa na época antonina (96-192 d.C.) lança luz sobre o contexto de romanização no Egito e as relações entre política, religião e cultura na Alexandria romana do século II. Serápis é uma divindade egipto-helenística cujo culto floresceu na cidade de Alexandria durante o início da dinastia lágida (305-30 a.C.). De cunho marcadamente político, o culto a Serápis foi associado à legitimação do poder real dos governantes lágidas, e posteriormente esse aspecto foi apropriado pelos governantes romanos. A cunhagem monetária contendo representações imagéticas de Serápis se iniciou no período lágida e se expandiu durante o domínio romano. Nesse período, padrões de cunhagem ligados a Serápis foram identificados a partir do imperador Cláudio (41-54), mas somente com a dinastia flaviana (69-96) Serápis teve sua iconografia associada à legitimação do poder imperial.