Compreender a autogestão como um conceito e práxis que se opõe a alienação do trabalho, significa problematizar a sua construção histórica, que tem no campo das tentativas de trabalho associado suas primeiras manifestações concretas, e é retomada nos movimentos da economia solidária. Nesta perspectiva dialética, evidencia-se que a impossibilidade de realização plena da autogestão reside na fragmentação material e econômica dos empreendimentos econômicos solidários, ou na sua integração por meio das mediações alienadoras do capital. Tal impasse leva a necessidade de criação de novas relações sociais de produção, a partir dos vários acúmulos já conseguidos nas lutas e tentativas de trabalho associado ou de formas de autogestão. Dessa forma, propõe-se conceber a economia solidária como um movimento de ruptura frente ao status quo, e com isso, reorientar sua práxis em três novas mediações: propriedade orgânica, renda sistêmica e autogestão societal; bases para a arquitetura crítica de um sistema orgânico do trabalho.