O inequívoco processo de perda de monopólio na veiculação de notícias por parte da grande mídia ficou ainda mais exposto na explosão de manifestações que varreram o Brasil em 2013 as jornadas de junho. A Mídia Ninja subverteu o uso de celulares com acesso 3G ao veicular os protestos do locus dos manifestantes. No bojo do ativismo em rede, o coletivo desvelou a disputa de narrativas no campo jornalístico. Que estratégias comunicacionais são engendradas no universo deste modelo paradigmático do midiativismo? Uma imersão em duas casas coletivas que abrigam os Ninjas permitiu à pesquisadora Claudia Rodrigues observar suas rotinas produtivas e seu peculiar modus operandi. A investigação aponta o esgarçamento dos códigos que regem o jornalismo e o embate em torno da produção de sentido. Em 2013 viajei para o exterior por uma semana e quando voltei descobri que eu já não falava mais a língua corrente. Todos falavam com total naturalidade sobre Mídia Ninja, as consequências para o (...)