Maria Cristina examina as representações da modernidade presentes na obra de Lima Barreto, explorando a literatura como fonte e forma específica de conhecimento do mundo social. É do prisma da modernidade e do que ela constitui como comportamento e corpo de valores, e a partir principalmente das leituras de Walter Benjamin e Baudelaire sobre Paris, que a autora analisa a literatura urbana de Lima Barreto e a experiência embrionária no Brasil. A condição de tripla marginalidade - racial, social e intelectual - do literato o coloca numa posição que lhe permite uma visão muito crítica das condições da vida social a cultural do Rio de Janeiro. Trata-se da leitura sociológica de uma obra essencialmente literária; mas apoiada numa sociologia aberta e renovada, capaz de perceber as relações da obra de arte com o contexto histórico-social.