A emoção e a regra, do grande do sociólogo do trabalho Domenico De Masi, analisa as estratégias e as formas organizacionais que tornaram possíveis treze experiências extraordinárias de idealização coletiva, mostrando como esses grupos conseguiram conciliar aspectos aparentemente dispares, sem abrir mão da eficiência. A criatividade é o maior capital dos países ricos. Eles vivem, literalmente, de ter idéias. Os Estados Unidos são a primeira potência do mundo não só porque detêm a maior força militar do planeta, mas porque geram todos os anos mais patentes industriais e direitos autorais do que o Japão e a Europa juntos. Há pouco tempo, a revista americana Time publicou uma reportagem de capa sobre a chamada inteligência emocional aquela qualidade desprezada no tempo em que a razão era associada à produção em série, à sincronização de movimentos, à hierarquização e compartimentalização de funções. Muito antes, Domenico de Masi, professor de sociologia do trabalho na Universidade de Roma, consultor de grandes corporações como a IBM, a Glaxo e a Fiat, e elegante teórico da criatividade e do tempo livre na era pós-industrial, já demonstrava, em A emoção e a regra, que a criatividade é, no mundo da produção, a filha dileta de um equilíbrio delicado entre razão e emoção, entre fantasia e senso prático. Poucas pessoas conjugam em si, como fazia Michelangelo, racionalidade, fantasia, capacidade de concretização e emotividade fecunda. No passado, a genialidade de alguns poucos era capaz de condicionar movimentos históricos, como o Renascimento. Hoje, são equipes preparadas e motivadas que determinam a sorte dos empreendimentos mais notáveis.