Habitamos num mundo diversificado onde a complexidade dos seus velhos e novos paradigmas, a globalização, a crise ambiental, as redes informáticas concorrem para trazer sinais de uma identidade emergente. De uma forma local ou planetária, nela se expressam múltiplas formas de construção e de desenvolvimento das sociedades, bem como diferentes maneiras de enfrentar os riscos ecológicos, as injustiças e as desigualdades sociais. Ainda na incerteza, os autores assumem que não é suficiente saber fazer ou saber ser. Antes de tudo é necessário reconhecer-se e saber-se, tanto no campo pessoal como no colectivo, como actores de uma história que nos concluiu: participantes na tomada de decisões, na interpretação dos desequilíbrios socioambientais, no fazer cívico e político, na determinação de estilos de vida. Tarefas para as quais a educação é chamada para restabelecer muitos dos seus significados perdidos e para aceitar desafios que aumentem o seu protagonismo no desenvolvimento humano. Neste cenário, a educação ambiental não poderá reduzir-se a "educar para conservar a natureza", a "consciencializar pessoas ou a "modificar condutas". A sua obrigação é muito mais profunda e comprometida: educar para modificar a sociedade, procurando mais e melhores condições de perdurabilidade, equidade e responsabilidade global. Por isso terá de ser uma prática social crítica, estratégica e coerente com alternativas que renovem o pensamento e a acção humana. JOSÉ ANTONIO CARIDE é doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Santiago de Compostela, onde lecciona Pedagogia Social. É igualmente professor nos Programas de Doutoramento ministrados no Instituto Piaget. PABLO ÁNGEL MEIRA é doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Santiago de Compostela onde ensina Educação Ambiental.