Os personagens de A noite dentro de nós adotam um tom confessional e mergulham em suas vivências conflituosas, trazendo à luz a noite dentro de cada uma delas. Aqui, podemos atribuir uma conotação patológica à palavra noite. Veremos nela uma metáfora para sentimentos como solidão, ansiedade, depressão, angústia entranhados em seus personagens por um autor seguro do que faz, porque faz como se apenas descrevesse o que observa de sua janela ou do noticiário. O que as retinas e os ouvidos alcançam. E por isso tais histórias são tão nossas. Esses mergulhos psicológicos nos obrigam a repensar nossas próprias angústias e as do outro. Como fica a mente de uma pessoa em situação de rua que foi incendiada enquanto tentava dormir? Refletimos em A fogueira. A noite é o mal. É esse mal de se perceber só, sem saber como ou por que gritar a um mundo de poucos ouvidos. E é assim que estão os personagens de José Nascimento, com um grito na agulha. O que nem sempre é ruim. No conto (...)