"Neste contexto, o juiz constitucional é desafiado a enfrentar a denominada "objeção democrática", que coloca em dúvida sua legitimidade perante a acusação de pretender impor decisões "fundadas em valores subjetivos e opções políticas" ao resto da população (IGLESIAS VILA, Marisa. Los conceptos esencialmente controvertidos en la interpretación constitucional. In: Constitución: problemas filosóficos. Madri: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2003, p. 253). Questiona-se até que ponto a democracia, baseada no princípio da maioria e materializada via Legislativo, não está sendo vulnerada pela ampliação do papel do juiz constitucional na sua função de interpretar normas constitucionais abertas, especialmente, quando a defesa dos direitos fundamentais é invocada. É este, precisamente, o cerne desta obra magistralmente escrita pelo Prof. Jânio Nunes Vidal que aqui se apresenta. No Estado Democrático de Direito, "a tensão entre democracia (expressa pela regra da maioria - princípio majoritário) e constitucionalismo (jurisdição constitucional - princípio da constitucionalidade)" tem levantado uma série de indagações relativas à possibilidade de que juízes, não eleitos pelo voto popular, possam anular leis elaboradas por um poder eleito para tal (Legislativo) e aplicadas também por outro poder eleito (Executivo)."