O Brasil e a África do Sul de Pio Penna Filho, constitui a primeira obra acadêmica completa sobre as relações do Brasil com a África do Sul. Baseado em farta documentação primária e bibliográfica, além de entrevistas, o livro lança luz sobre um dos relacionamentos mais controvertidos (e ocultos) de nossa política externa, qual seja, o da constrangedora cooperação entre um regime oficialmente racista e um país mestiço, marcado pelo discurso de democracia racial. Durante o refluxo das relações entre o Brasil e o continente africano, a África do Sul foi à maior parceira brasileira na outra margem do Oceano Atlântico, especialmente no plano comercial. Mas bastou que, durante o auge do Regime Militar, o Brasil se reaproximasse da África, para que a cooperação com pretória sofresse grave deterioração. O fim do apartheid possibilitou um novo formato para as relações entre nosso país e aquele continente. As relações bilaterais entre nosso adquirem um significado qualitativamente mais elevado, pois os dois países passaram a encabeçar blocos de integração na America do Sul (MERCOSUL) e na África Autral (SACU e SADC), respectivamente. Em certa medida a cooperação Brasil-África do Sul passa a representar o eixo das relações entre as duas regiões. Posteriormente ao período estudando, inclusive, os dois países viriam a se tornar parceiros globais.