São raros os profissionais do direito que percorreram com sucesso os espaços da criação literária reservados à poesia. A linguagem aplicável à ciência jurídica se expressa por um sistema de referência técnica incompatível com o lirismo e o subjetivismo poético. Daí a dificuldade para liberar a palavra escravizada à tirania de um sistema e, sublimada, fazê-la desabrochar em luz e sons harmoniosos. E a palavra burnida para revelar o seu encanto é a alma poética.