"Os trabalhadores, assim como a maioria esmagadora da população, com o advento do neoliberalismo, e a chamada "pós-modernidade", vêm sendo alijados numa velocidade espantosa de qualquer debate sobre a orientação da sociedade em que vivem. O pensamento único neoliberal e a burocratização no âmbito do Estado e da sociedade atuam como barreiras quase intransponíveis à participação da população nas decisões que dizem respeito à sua vida em sociedade. O resultado social é a apatia das grandes maiorias, o que tem deixado caminho aberto para o oportunismo na esfera pública. Além disso, a globalização neoliberal impõe como agenda política à desregulamentação nas relações de trabalho. A finalidade dessa imposição é flexibilizar tudo que possa atrapalhar a "livre" movimentação dos capitais especulativos, o que, em última instância, significa retirar do Estado legislador o poder de fixar a legislação trabalhista. Por exemplo, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), recepcionada pela CRFB/88, a "Constituição Cidadã", garante ao trabalhador direitos mínimos, de caráter protetivo, frente ao capital. O neoliberalismo pretende torná-la letra morta. Os sindicatos podem exercer importante papel de contra-hegemonia à onda neoliberal. Outro mundo é possível, como vem procurando mostrar o Fórum Social Mundial (FSM). O jornalismo sindical é um instrumento eficaz à disposição das organizações dos trabalhadores para influenciar nas decisões que lhes dizem respeito mais diretamente, como também para dar sua contribuição à sociedade como um todo".