Embora a escoliose já fosse reconhecida desde os tempos antigos, conforme descrições encontradas no Corpus Hippocraticus, foi somente nas últimas décadas que se elaborou um tratamento eficiente, dado a um melhor conhecimento da Fisiopatogenia, história natural e diagnóstico precoce. Cabe aqui ressaltar a dificuldade de se estabelecer um tratamento adequado pelas diversas etiologias existentes, ou seja: a neuropática, a osteopática e outras, sendo a de interesse desta obra a Idiopática, responsável por 83% das escolioses encontradas nos hospitais, clínicas e consultórios.A Escoliose Idiopática tem a sua etiologia ainda desconhecida, porém fatores importantes contribuem para o surgimento ainda na primeira infância, incrementando com o decorrer dos anos a angulação de sua curvatura: Hereditariedade Nutrição (mesmo na vida intra-uterina), Aspectos gestacionais, Biomecânica da coluna que está sendo formada, Situação hormonal, Influências sociais.Os sintomas da escoliose vão desde o quadro álgico nas regiões dorsal e lombar, deformidade do corpo vertebral (um dos desafios a ser evitado), alterações da bacia, gradil costal assimétrico, sinto-matologia por compressão medular, má aparência corporal, distúrbios psíquicos, até complicações cárdio-respiratórias. É uma doença de grande morbidade e, apesar dos muitos refinamentos quanto às técnicas cirúrgicas, diagnósticos e elucidação da biomecânica da coluna vertebral, pouco ou nada tem sido feito para sua prevenção ou tratamento precoce.Abordaremos nesta obra a escoliose idiopática visando apontar as dificuldades de sua avaliação precoce, descrever os tratamentos clássicos, correlacionar as terapêuticas fisioterápicas mais recentes e mostrar a necessidade do tratamento precoce, no máximo durante a adolescência, para o alcance de uma melhor qualidade de vida.