Em sua densa obra, cuja inédita e cuidadosa tradução para o português ficou a cargo de Victória Bianchi Okubo, a autora oferece um estudo aprofundado sobre o pensamento de Carl Schmitt. De acordo com Robert Chapuis (L’Ours, 2017), Marie Goupy analisa os acontecimentos políticos que marcaram o período entreguerras, particularmente a crise de 1929 e a ascensão do fascismo na Alemanha, bem como as crises do parlamentarismo na França no mesmo período. Ao fazê-lo, não procura encontrar uma analogia com o período atual, mas produzir uma genealogia que nos permita refletir sobre as contradições que a nossa democracia liberal ainda hoje apresenta. Nas palavras de Cédric Moreau de Bellaing (Droit et Société, 2018), ao não mais apreender a crise como um fenômeno conjuntural, mas como condição sine qua non para o desencadeamento do estado de exceção e, portanto, como parte da própria teoria, Marie Goupy lança luz sobre uma contradição interna na obra de Carl Schmitt: longe de romper (...)Em sua densa obra, cuja inédita e cuidadosa tradução para o português ficou a cargo de Victória Bianchi Okubo, a autora oferece um estudo aprofundado sobre o pensamento de Carl Schmitt. De acordo com Robert Chapuis (L’Ours, 2017), Marie Goupy analisa os acontecimentos políticos que marcaram o período entreguerras, particularmente a crise de 1929 e a ascensão do fascismo na Alemanha, bem como as crises do parlamentarismo na França no mesmo período. Ao fazê-lo, não procura encontrar uma analogia com o período atual, mas produzir uma genealogia que nos permita refletir sobre as contradições que a nossa democracia liberal ainda hoje apresenta. Nas palavras de Cédric Moreau de Bellaing (Droit et Société, 2018), ao não mais apreender a crise como um fenômeno conjuntural, mas como condição sine qua non para o desencadeamento do estado de exceção e, portanto, como parte da própria teoria, Marie Goupy lança luz sobre uma contradição interna na obra de Carl Schmitt: longe de romper (...)