Em O Encanto de Narciso o autor transita pelos temas que têm lhe sido caros ao longo de sua trajetória enquanto pensador e criador de imagens como história, memória, cultura visual, poética e, por certo, a ficção, elemento que, de uma forma ou de outra, permeia as representações fotográficas. A narrativa é estruturada a partir de uma centena de textos-síntese de leitura independente, porém articulados direta ou indiretamente. Ao final, percebe-se como todos se remetem entre si, na sua essência, não obstante a diversidade temática das seis partes que compõem o livro. Kossoy percorre a natureza própria e ilimitada da fotografia enquanto forma de expressão, produto social e cultural, cujo constructo abriga em si um ambíguo processo de criação de realidades, que repercute além do próprio fato e do registro. Um constructo a ser desmontado.