Julia Glass alcançou notoriedade no meio literário ao vencer o National Book Award com um romance de estreia. Agora, em Pelo Mundo Todo, ela apresenta uma obra igualmente importante ao tratar, com sensibilidade, das frustrações e das alegrias da vida. Personagens que se encontram e se perdem, se casam e se separam, e fogem para, mais tarde, reencontrar-se. Uma celebração das escolhas pessoais que culminará num evento maior do que os dramas de cada um: o 11 de Setembro. Greenie e Alan Duquette estão casados há dez anos, mas já faz um tempo que as coisas não andam bem. O pior é que o filho George, de quatro anos, apesar de pequeno, percebe o estresse constante do dia a dia. A origem dessa crise é a diferença profissional: enquanto ela é uma chef de sucesso, ele, ironicamente terapeuta de casais com problemas, está com o consultório cada vez mais vazio. Assim segue a vida até o dia em que Greenie recebe uma proposta irrecusável para ser chef da cozinha do governador do Novo México. O que fazer: aceitar o novo emprego e correr o risco de o casamento ruir para sempre ou recusar e tentar consertar de uma vez por todas sua vida?Em torno da trama principal, Pelo Mundo Todo contém algumas histórias paralelas: a de Walter, dono de restaurante, gay e amigo de Greenie; a de Saga, uma mulher que, após um acidente, tem a memória afetada e precisa reaprender a lidar com o mundo; e a de Fenno, gay e dono de uma livraria, personagem também de Três Verões.Durante a trama, sempre que o leitor começa a ter certeza do final e de suas consequências para os personagens, Julia Glass, com maestria, muda o rumo da história e apresenta ao leitor direções antes inimagináveis. Essa característica é particularmente admirável, pois a autora proporciona tal efeito com extrema técnica narrativa.