Continuidades Efêmeras foi escrito a partir da análise de duas revistas cariocas que circularam nas últimas décadas no Brasil, 34 Letras e José- Literatura, Crítica & Arte. Ambas tinham a literatura em primeiro plano e abriam um espaço considerável à publicação de poemas. A crise do intelectual legislador e a ascensão do intérprete, procura analisar o funcionamento das noções de legislador (metáfora do crítico literário que julga o valor de uma obra a partir da idéia de verdade), e de intérprete (procura realizar a leitura da diversidade de significados de uma obra). Essas revistas podem ser lidas como um momento de passagem do legislador para o intérprete na crítica brasileira. Partindo da estratégia dessas revistas, reflete sobre questões como valor, identidade, cânone e pluralismo, estabelecendo uma ponte entre elas. Uma das hipóteses lançadas neste trabalho foi a de ler em José um signo do moderno (o do intelectual legislador), na medida em que ainda procurou sistematizar um projeto, dramatizou a questão da identidade nacional, creu na existência de uma saída para a crise da literatura[...]34 Letras apareceu destituída da angústia e da tarefa de tentar sistematizar um projeto, apostando na interdisciplinaridade, alternativa a uma revista sobre literatura, explica a autora.