À parte a falsa insinuação de antifeminismo, uma série de preconceitos sempre impediu uma compreensão mais objetiva de Paulo de Tarso por parte da opinião pública. No plano intelectual, pesou sobre ele a hipoteca posta por Friedrich Nietzsche que o transformou no verdadeiro fundador do cristianismo. A própria Igreja católica preferiu transmitir a imagem do missionário comprometido, com prejuízo, porém, do pensamento incômodo que se encontra em suas cartas. O verdadeiro Paulo um judeu convicto que se tornou apóstolo de Jesus Cristo é filtrado por aquilo que ele mesmo revela ser em seus escritos. Portanto, é importante investigar as características desse homem: suas origens, sua formação cultural, suas experiências e travessias, suas perseguições e, sobretudo, seu pensamento, que nunca cessa de surpreender os superficiais ou os medrosos e de fecundar salutarmente na linha da liberdade quem se deixa honestamente impregnar por ele.