O livro discute a construção de uma perspectiva teórica a partir da observação de experimentos teatrais contemporâneos baseados na performatividade e possíveis intercâmbios e deslocamentos entre a atividade teórica e a prática teatral. Neste âmbito, privilegia modelos de comunicação baseados em pressupostos construtivistas, enfatizando interação e contingência constitutiva de todas as ações de produção e recepção na esfera individual e social. Esta moldura teórica revela-se extremamente produtiva para enxergar novas relações com o texto, com as fronteiras entre real e ficcional, e com a própria ideia de interpretação, inauguradas pela experiência teatral contemporânea. O trabalho do diretor de teatro alemão René Pollesch aparece neste contexto, não como exemplo representativo de determinada estética ou tendência do teatro contemporâneo, mas como manifestação singular inserida no âmbito extremamente diverso e plural das práticas teatrais de hoje, como sintoma da diversidade abarcada por rótulos como pós-moderno, pós-dramático e performativo.