A norma oculta aprofunda o estudo das relações entre língua e poder no Brasil e demonstra que o preconceito linguístico na sociedade brasileira é, na verdade, um entranhado preconceito social. Bagno lança um olhar inquiridor sobre a história da constituição das línguas para desvendar nossa realidade sociolinguística. Seu recurso à história se funde com a pesquisa sociolinguística e a crítica corajosa do rótulo de 'erro', aplicado sempre com rigor inquisitorial, mas segundo critérios bem relativos, por aqueles que se consideram a casta letrada, incumbida de defender a pureza estática da língua. Exemplo disso são as reações de expoentes da imprensa nacional ao modo de se expressar do primeiro operário nordestino eleito para a presidência da República. A partir do caso "Luiz Inácio Lula da Silva", Bagno denuncia o jogo ideológico por trás da suposta defesa de uma norma cultura do idioma português. O purismo sintático e lexical embute discriminação? Leia e decida.