chegando à vida adulta/percebeu que, na verdade,/em vez de acumular bens,/acumulava perdas/quanto mais velho ficava,/maior se tornava a coleção de perdas,/aglomeradas num quartinho da memória/que se revelava cada vez mais estreito/para tantos suvenires. Mais que uma antologia poética, Colecionador de perdas é um ensaio sobre a alma humana. Com uma linguagem simples e mordaz, sem eufemismos, os textos enfocam questões psicológicas e emocionais. A melancolia e o niilismo permeiam os poemas, que também apresentam frases impactantes como diamantes pequenos e afiados: não adianta se agarrar ao passado./você se apega a esse amor como quem carrega o cadáver de um passarinho,/esperando que ele volte a cantar. Nesta antologia, cada texto é um universo particular que acaba e começa em si mesmo. Influenciados por autores como Raymond Carver, Wislawa Szymborska e Carlos Drummond de Andrade, alguns poemas se assemelham a crônicas e contos quebrados em versos.