Este livro está estruturado a partir da análise de três manifestações de grande repercussão, fundamentais para o ciclo de protestos que ficou conhecido como movimento antiglobalização: a Batalha de Seattle (1999), o sítio à reunião anual do FMI e doBanco Mundial em Praga (2000), e as jornadas de protesto contra a cúpula do G8 em Gênova (2001). Na perspectiva detida própria do trabalho etnográfico, a autora recupera, a partir de situações concretas, relatos, textos de ativistas, artigos analíticos e notícias de jornal, figuras importantes da constituição deste movimento: a coordenação da diversidade de táticas, pela qual grupos criam alianças, diferenciam-se uns dos outros e produzem territórios de protesto; o chamado problema da violência, que expõe relações complexas entre a ação direta e a violência; e a frivolidade tática, teatralidade carnavalizante que muitas vezes zomba dos aspectos sisudos do próprio ativismo. Retomando esses diferentes artifícios em constante diálogo com autores da antropologia do ritual, da performance e do conflito, o livro apresenta as experiências do protesto de rua como formas de expressão, que questionam paradigmas e identidades políticas do movimento social em seu sentido tradicional, ao mesmo tempo em que afirmam a possibilidade de um Movimento dos Movimentos.