Na ambiência de transformações nas relações familiares, a ideia de limite precisa ser questionada e assume enorme importância em nossa época: o limite como condição necessária para o exercício da autonomia, por meio da prática de valores que é produtora de liberdade, para o sentido da vida que é desvelado quando o processo educativo acontece em um clima familiar que forma para a responsabilidade. Acreditamos que a problemática dos limites na educação é bem mais complexa e exige leitura ampla e crítica da família e da sociedade e implica questionamentos: será que o problema dos limites está relacionado apenas à opção educativa de pais e mães? Será que é fruto dos tempos hipermodernos? Têm influenciado na educação dos filhos as novas mídias, redes sociais e as tecnologias? A família é uma instituição bastante antiga, contudo, passa por profundas transformações por meio dos eventos socioculturais, que incidem sobre a sociedade hipermoderna. Salientamos que não queremos a ilusão do futuro nem a coerção do passado. Postulamos a intensidade do aqui e agora como necessidades vitais (Lipovetsky, 2005). Com isso, fica claro o momento que vive a família, não detém um modelo único de estrutura, dinâmica ou funcionamento de processos educacionais. Nessa perspectiva, a ausência de referenciais institucionais e valorativos afetam a estrutura de personalidade dos adolescentes e dificulta aos pais um processo educativo orientado pelos limites e internalização de valores.