"[...] não há portanto 'cultura popular' nem 'cultura elitista': há obras que exaltam, elevam, transcendem, embelezam, engrandecem, acrescentam, e outras que diminuem, rebaixam, aviltam, condenam à estagnação. O cúmulo do mal-entendido, ou da cobardia ambiente, é que um grande número de 'meios de comunicação' e de divulgação escolheu com cinismo (pois os seus promotores não são imbecis a tal ponto; são simplesmente criminosos) promover a todo o custo o 'populismo cultural' [...]. O livro, quando se mantém no espaço específico da sua vocação intrínseca, ainda é este objecto de sentidos e de pressentimentos que veicula o melhor que a humanidade tem a propor a si mesma. É ele que ainda persiste, hoje, em justificar que o Homo sapiens sapiens continue a poder avaliar-se um pouco acima, em consciência e em aspirações, dos seus vizinhos de patamar à escala terrestre."