Anselmo de Aosta tornou-se célebre entre os filósofos por causa de seu argumento, chamado de `ontológico`, para provar a existência de Deus. No Proslogion ele define Deus como `aquilo sobre o que não se pode pensar nada de maior`. Pensando em Deus, não é possível pensá-lo como não existente. Ainda mais, a partir daí se prova a sua existência, porque de outra forma não se teria pensado nisto, que não se pode pensar nada de maior enquanto algo não só é pensado no intelecto, mas também é existente de fato. Em Deus ser e pensamento, idéia e existência coincidem. A argumentação decorrente de Anselmo é de tal modo fecunda para a reflexão filosófica posterior, que, de Descartes a Spinoza e Hegel, é colocada como fundamento dos próprios sistemas especulativos. Aderindo à posição de Tomás de Aquino, a teologia em geral não acolheu a prova ontológica anselmiana. No entanto, entre os filósofos a discussão tornou-se fecundíssima, vindo depois a ser profundamente criticada por Schelling foi o, pensador que assumindo a crítica de Kant ao argumento, conseguiu, no entanto, expressar suas exigências originais, colocadas no argumento por Anselmo de Aosta: o argumento é válido, mas somente se Deus existe, ou seja, a existência de Deus não pode ser demonstrada apenas por um argumento lógico.