Escutando a voz de seu tempo, Alberto Pucheu devolve a ele, ao tempo, algumas perguntas que não deixam de nomear a coisa, de trazê-la, necessariamente, para o rés-do-chão(isso não é pouco quando a história se move para tornar,outra vez, o rés do chão invisível), junto ao esterco, à tartaruga, aos bebês, aos operários, aos poetas - o que (pode restar a/à poesia) diante da impotência dos gestos revolucionários? - o que faz a poesia diante de uma violenta indiscernibilidade entre o estado, o templo e o banco? Se já não se pode responder com os valores universais, é por isso, então, que o poema é tirado de uma notícia de jornal? E, uma vez tirado da notícia de jornal, o poema, repetindo e subvertendo o dito e o contingente, transforma-se ele próprio em terrorista, não para a morte mas para a vida.