Através da sua obra, a autora diz-nos que os portugueses procuraram a sua Atlântida, que a encontraram e que quiseram que todos o soubessem; surpreendendo os outros ou procurando alvíssaras dos poderosos; tivessem eles tronos dourados, bolsas com ouro ou fossem os maravilhados camponeses das suas aldeias. Permite-nos que leiamos hoje o que outros leram ontem, convidando-nos a retirar distanciamentos de séculos e as capas dos saberes que nos embotaram o dom de nos admirarmos. A profundidade com que o tema é tratado não nos rouba o marulhar das ondas, o ranger dos mastros, o bater das velas, o cheiro do mar, nem a esperança de abraçarmos sereias. Hoje, as velas das caravelas que nos traziam as notícias modeladores do fascínio pelo Brasil foram substituídas pelas ondas de que as tecnologias se servem para que continuemos a sentir o mesmo fascínio