A obra de Raquel Alves de Carvalho traz ao leitor uma reflexão acerca da construção da identidade e da cultura camponesa no Brasil a partir de imagens e discursos veiculados ao final do século XIX até meados do século XX período em que o Brasil era pensado de forma dividida, entre sertão e litoral, sendo que o sertão e seu povo deveriam ser incorporados ao litoral para se tornarem modernos e progressistas. Para compreender como o processo de desqualificação vai ocorrendo, a autora analisa os discursos professados por alguns dos mais consagrados escritores nacionais dessa época, como Monteiro Lobato, Olavo Bilac e, em especial, Euclides da Cunha. Em um segundo momento, busca reconhecer nos discursos atuais os enunciados de tais escritores do sertão e, para tanto, analisa a presença ou ausência do sertão/campo e dos sertanejos/povos do campo nos livros didáticos, questionando qual a concepção sobre esse tema presente atualmente na escola. [...]