No primeiro ano de meu único mandato como Coordenador do Grupo de Trabalho de Políticas de Educação Superior da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) (2005-2006), propus a realização de uma coletânea dos trabalhos apresentados e discutidos, em cada reunião anual da associação, em suas várias formas: trabalhos encomendados, sessões especiais e trabalhos apresentados e debatidos no grupo. A proposta foi aceita. Agora que apresentamos o segundo volume da coleção Políticas Universitárias sob o título O Pragmatismo como Fundamento das Reformas Educacionais no Brasil, noto a repercussão e o significado da vontade do coletivo, que eu apenas exprimira. No entanto, quando o fiz, pensava em minha trajetória do grupo de trabalho, desde 1991, e nas diversas fases pelas quais ele passou sempre marcadas por um movimento que se intensificava na educação superior e, quase sem mediações, se expressava no nosso grupo: o processo de expansão do setor privado de forma muito mais profissional do que nas décadas de 1970 e 1980 de um lado e de outro, a mercantilização das universidades públicas. Nesse período, talvez, o evento mais marcante tenha sido a mudança do modelo de avaliação da CAPES o que afetou o Grupo de Trabalho de Políticas de Educação Superior da ANPEd, que foi, por força do processo mercantil, reconfigurado. Políticas Universitárias pode ter muitos significados e objetivos, porém, ela é, sobretudo, um ato político de resistência a esse processo.