Tornar Maria Leontina visível em sua delicadeza, complexidade, descontinuidade e inteligência". É assim que o crítico de arte Paulo Herkenhoff define a missão do livro que escreveu sobre a artista. Eminentemente pintora, Maria Leontina certamente se permitiu experimentar técnicas e suportes. Utilizou papel, azulejo, tintas óleo, acrílica e guache. Desenvolveu formas geométricas e abstratas. Sentiu diferentes emoções em mais de 40 anos de atividade e aperfeiçoou paulatinamente sua técnica para expressá-las. Foi uma mulher do seu tempo, que representou o contexto de sua época de uma forma absolutamente particular. Viveu o figurativismo, o expressionismo, o abstracionismo e o construtivismo, a segunda guerra mundial e a ditadura militar. Morou em São Paulo - sua cidade natal, no Rio de Janeiro e na França. É brasileira e ao mesmo tempo, internacional. Assim como sua obra, merece ser vista por diferentes ângulos. Essa é, acima de tudo, a proposta dessa publicação. A publicação vem acompanhada de um DVD com o filme Maria Leontina, gesto em suspensão, dirigido por Alexandre Dacosta, onde ele conta, com uma estética de 16 milímetros, um pouco sobre a vida e a obra de sua mãe: Maria Leontina. O curta, com duração de 15 minutos, traz trechos de escritos da artista, selecionados por Lélia Coelho Frota, e os poemas "A Música", de Rainer Maria Rilke, e "Iniciação", de Murilo Mendes, na voz de Marília Pera. A narração delicada se sobrepõe a imagens do arquivo pessoal de Maria Leontina e de trabalhos gravados numa exposição do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), convidando o espectador a conhecer de uma forma poética a trajetória da artista.