Abordando nascimento, morte, sexualidade e inconsciente, o butô compreende e transmite o percurso íntimo do artista em busca dele mesmo em meio às transformações ao seu redor. É como uma experiência de vida, sem tempo fixo para se esgotar, e que, em cena, Kazuo Ohno conseguia elevar a uma dimensão sublime e universal. Emidio Luisi conseguiu registrar essa profundidade ao iniciar um diálogo entre butô e fotografia desde a primeira vez em que Kazuo e Yoshito Ohno se apresentaram no Brasil, em 1986. Diante do espetáculo ou nos bastidores, Luisi alcançou no rosto dos artistas a condição humana. Captando gestos e silêncios, as imagens presentes nesta obra revelam a poética cumplicidade da conversa entre essas duas artes.