Neste livro, Renato Cymbalista parte do território dos cemitérios do Estado de São Paulo, desenvolvendo algumas das intrigantes possibilidades que eles abrem. Recupera a história do fim dos sepultamentos nas igrejas, no século XIX, processo que significou a chegada de novos - e pretensamente civilizados - costumes fúnebres ao Estado, e resultou na constituição dos cemitérios municipais no final desse século. Em um amplo levantamento fotográfico, o autor investiga as inúmeras formas que os túmulos podem assumir nesses cemitérios desde sua criação até as últimas décadas do século XX, período durante o qual houve uma convergência de todas as classes sociais e grupos culturais no território do cemitério público. O livro mostra também que, para além da normatização do culto aos mortos em padrões considerados "decentes", os cemitérios municipais acabaram por abrigar também a sobrevivência de modalidades antigas, baseadas em relações mágicas entre o mundo dos vivos e o além.