Os contos tratam a solidão, a morte e os abismos da existência através da rotina da dona de casa, do mergulho em uma festa familiar e da domesticação da natureza selvagem das mulheres. O desajustamento crônico às pessoas, ao círculo social, às correntes literárias, ao casamento e ao próprio amor foi uma constante na vida de Clarice Lispector. Assim como ela os personagens são sempre surpreendidos por uma modalidade perturbadora do insólito, no meio da banalidade de seus cotidianos. Clarice cria situações onde uma revelação, que desconstrói e ameaça a realidade, desvela a existência e aponta para uma apreensão filosófica da vida. A autora aprofunda sua técnica narrativa em uma abordagem quase fenomenológica."Laços de Família", publicado pela primeira vez em 1960, é um tesouro da ourivesaria literária. São treze contos, hoje tidos como clássicos. Neles os personagens são sempre surpreendidos por uma modalidade perturbadora do insólito, no meio da banalidade de seus cotidianos. Clarice cria situações onde uma revelação, que desconstrói e ameaça a realidade, desvela a existência e aponta para uma apreensão filosófica da vida. Em "Laços de Família", Clarice aprofunda sua técnica narrativa em uma abordagem quase fenomenológica. São lições de vida na prosa definitiva e transcendente de uma sacerdotisa da nossa literatura.