Tradicionalmente, o corpo não é bem visto na filosofia ocidental e muito menos a utilização que dele se faz. Depois de Platão, o corpo foi desvalorizado em nome da moral e da razão. Entre o tato e a inteligência, o divórcio parece ser irremediável. Tudo transcorre como se houvesse uma liberdade vigiada dos sentidos, dos odores e do sexo. De uma forma ou de outra, a maioria das pessoas se esforça para negar o que remete ao físico.Já o filósofo francês Michel Onfray pensa diferente. Para ele, através do que se come, por exemplo, é possível conhecer um corpo, um estilo, um universo e até mesmo uma filosofia. Esta última não seria apenas uma disciplina e estaria presente nos mínimos atos em que o mundo é questionado radicalmente. Michel Onfray, ganhador do Prêmio Médicis de 1993 na categoria Ensaio com o livro “A escultura de si”, apresenta-se como um autor singular na galeria dos jovens filósofos franceses.