O presente livro, busca investigar os usos e as modulações da noção de vulnerabilidade na obra da filósofa norte-americana Judith Butler. Embora Butler seja mais reconhecida por outro conceito, a performatividade, argumentamos que vulnerabilidade é uma outra chave de leitura possível de seus trabalhos. A autora, durante as décadas de 1980 e 90, problematizou os temas de sexo, gênero e materialidade corpórea dentro do pensamento feminista. Butler apontava a falência da política identitária das lutas feministas e sugeriu uma outra forma de compreender o gênero, a partir do que chamou de performatividade, solapando a divisão metafísica sexo/gênero. Colocando-se contra qualquer doutrina que sustente a materialidade corpórea como uma mera “superfície de inscrição”, para Butler é preciso tematizar a responsividade do corpo, situando-a na órbita de uma agência politicamente necessária.