Depois de uma experiência excepcional de contato sensível com a natureza, Tomás Andreas, um pintor nas horas vagas, passou a se interessar pelo contato mais profundo com a vida, colocando em questão todo o sistema mental no qual ele se encontrava enredado. Como exercia regularmente a profissão de empresário, estava em relacionamento com uma ambientação sensorial exacerbada, gritante. Tomás sentia se dissolver e se nulificar nesse turbilhão de bombardeamento sensorial. Desde esse ponto de partida, sentindo-se completamente infeliz, propôs-se a estar atento aos relacionamentos consigo próprio e com o mundo, assim como refletir sobre o que se passava. Como anteriormente tinha feito um curso de filosofia, passado por psicanálise e participado da luta armada contra a ditadura militar no Brasil, havia nele os germes de uma inquietação que o conduzia a voltar-se para dentro de si mesmo. [...]