Preto, Pobre, Brasileiro é um conto em forma de poesia. A proposta do autor é fundir versos de cordel a um estilo próprio de poesia urbana, pontuada como prosa e acidentalmente concreta. As páginas a seguir, de forma pitoresca, retratam a vida de um pobre brasileiro do nascimento até a morte. O pano de fundo é o subúrbio do Rio de Janeiro, como cenário da insatisfação políticoeconômica, que não possui singularidade histórica. Imagens superpostas de comunidades, ruas, botecos e favelas são ingredientes utilizados pelo autor, em um caldeirão de letras que misturam uma linguagem simples a conteúdos de teor filosófico. A história de uma vida em versos livres, a criação de uma personalidade libertária a partir das injustiças recorrentes no Brasil. A formação de uma atitude neocínica, reagindo contra a precariedade imposta ao trabalhador, tratado como escravo. A solução encontrada pelo herói sem nome foi alforriar-se dos exageros de consumo, forjados pela propaganda capitalista.