Memória e cotidiano são a matéria temporal que percorre a poética de Fernando Paixão em 'Poeira'. Trata-se de uma coletânea dividida em duas partes: 'Os dias', com poemas autônomos, e 'Poeira de aldeia', um poema em 14 fragmentos. Temas universais, como a guerra, a morte, o sentimento do eterno, o envelhecimento, vêm à tona através do detalhe, da percepção subjetiva das coisas circundantes, aparentemente destituídas de espírito. Captando aspectos sutis da experiência humana, os versos resvalam o silêncio, Fernando Paixão respeita a delicadeza dos grãos de poeira, ao mesmo tempo em que seus poemas abrem brechas na fina camada de pó depositada no horizonte da lembrança. Na segunda seção, a poeira investe-se de mais um sentido - torna-se a terra da aldeia natal. Ao evocar a paisagem portuguesa de sua infância, o poeta traça imagens nítidas e comoventes. Memoria e cotidiano constituem a materia temporal de Poeira, quarto livro de Fernando Paixao. Dividida em duas partes, Os dias (com poemas autonomos) e Poeira de aldeia (um poema em 14 fragmentos), esta obra alia a percepcao subjetiva do mundo ao interesse por temas universais - a guerra, a morte, a nostalgia da infancia -, captando aspectos sutis da experiencia humana, quando a poesia se faz proxima do silencio.