Inserida no campo da teoria crítica, na vertente marxista, a obra assume um tom provocativo e polêmico, até mesmo para os filiados a esta tendência, sem escorregar para o revisionismo. Há uma preocupação do autor em repensar diversas categorias e conceitos consolidados no marxismo, no sentido da sua atualização, fazendo com que se questione postulados que se converteram em espécies de dogmas, como: a vocação revolucionária do proletário, a consciência de classe como opção política à emancipação humana, a centralidade do trabalho nas pautas políticas contemporâneas etc. Tendo como objetivo principal compreender a dinâmica reivindicatória nesse início de século XXI no contexto brasileiro, captando a fase transição estre movimentos sociais tradicionais e formas flexíveis de organização (como Junho de 2013), o livro busca responder quais são os sujeitos revolucionários do tempo presente, bem como qual o papel que eles possuem no conhecimento jurídico de demandas estruturalmente reprimidas. É uma obra essencial para quem quer compreender a ressignificação política das lutas sociais no estágio atual do capitalismo, enfocando como ocorre o surgimento de novos direitos a partir do uso da cidadania insurgente, propugnando que se deve operar uma mutação da lupa crítica da fábrica para o espaço urbana. Há, ainda, uma nítida preocupação em inserir a tradição marxista no debate da luta por reconhecimento e direitos, trazendo o conceito inovador de emancipações parciais como forma de alocar questões de gênero, étnico-racial, feminista, indígena etc., nas quais a teoria marxista encontra entraves para assimilar. Abordando o mecanismo popular de abertura forçada do direito, o título brinda os acadêmicos críticos das mais diversas áreas do conhecimento (sociologia, direito, serviço social etc.), que procuram extrair do conflito social a fonte jurídico-normativa, pensando como a esfera institucional é condicionada pela materialidade da vida social.