Este livro, denominado Teoria e Prática do Direito Comparado e Desen- volvimento: Estados Unidos x Brasil, através de seu marco teórico-conceitual, objetiva colaborar para a difusão do Direito Comparado na cultura jurídica brasileira, através de uma metodologia interdisciplinar, usando ferramentas como Direito e Desenvolvimento e História do Direito. Tal tarefa será feita por meio de estudo de dois sistemas judiciais de origem diversa, visando à melhoria do sistema judicial brasileiro, ou seja, atingir um dos objetivos do Direito Comparado que é ajudar a reforma de institutos jurídicos. Dessa forma, aliando teoria e prática, a obra pretende responder a duas perguntas: 1) O modelo de sistema judicial brasileiro prejudica o desenvolvimento social ?; e 2) O estudo comparativo e a análise econômica do sistema judicial norte-americano podem ser úteis para melhorar o sistema brasileiro ? Assim sendo, estuda evidências históricas e empíricas existentes, bem como contrasta os elementos comparativos determinantes dos sistemas judiciais norte-americano e brasileiro, e sustenta que o modelo de sistema judicial vigente no Brasil é um dos obstáculos ao desenvolvimento social do país. Para demonstrar tal tese, far-se-á o estudo comparativo: 1) dos principais elementos determinantes dos mencionados sistemas judiciais; e 2) do impacto do respectivos sistemas no desenvolvimento social, através da comparação dos índices de saúde, habitação, educação e emprego dos referidos Estados. A opção pelo estudo de caso de dois sistemas possibilita a aplicação prática do Direito Comparado, permeado pelo Direito e Economia, facilitando a compreensão do funcionamento dos citados sistemas. Pode-se nessa obra inferir a existência de uma tendência à readaptação crítica de valores e instituições estrangeiras, desde que readaptados à cultura brasileira, sendo essa a filosofia do movimento antropofágico liderado por Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Antônio de Alcântara Machado, entre outros, que se insere no contexto do modernismo brasileiro, iniciado com a Semana de Arte Moderna. Esse movimento consistiu num tipo de reação ao nacionalismo xenófobo do "movimento verde-amarelo". Sua proposta era a adoção de uma atitude simbólica de "devoração" dos valores e influências de outros países, num processo de assimilação crítica, para dar-lhes um caráter de brasilidade.