Há cem anos, em 25 de agosto de 1900, falecia Friedrich Wilhelm Nietzsche. Nietzsche foi filósofo revolucionário e pensador rebelde e ousado, em constante luta contra os valores vigentes de seu tempo. Em plena era vitoriana já assinalava a importância do corpo, a subordinação da consciência à realidade mais profunda dos instintos vitais, e o poder dos processos inconscientes como realidade muito mais poderosa do que aquela da consciência: o instinto é a mais inteligente de todas as espécies de inteligência até agora descobertas. A preocupação com o sombrio do Ser Humano e com a dualidade dos nossos impulsos, em que amor e ódio, reverência e desprezo, positivo e negativo se alternam, foram bases para o seu pensamento e para a sua inovadora abordagem crítica da metafísica dogmática, da moral judaico cristã e das motivações ocultas que movem as valorações morais. No trabalho que ora apresentamos ao público, Marcelo Giglio Barbosa aborda o que foi o cerne do pensar nietzscheano: a crítica ao conceito de consciência. Para Nietzsche, a consciência é, por definição, uma superfície e não o lugar por excelência da vida psíquica. Longe de ser o núcleo do ser humano, seu papel está subordinado ao laço dos instintos. Essa fascinante temática é aqui exposta com inteligência, rara clareza e rigorosa precisão.