Uma das obras mais emblemáticas da literatura policial da década de 1980, Parque Gorki, do então estreante Martin Cruz Smith, tornou-se best seller mundial e ganhou uma adaptação para o cinema (Mistério no Parque Gorki), estrelada por William Hurt. O romance, que tinha como cenário uma Moscou fria e decadente, cercada por mistérios e controlada pela KGB, lançou o autor entre um dos principais nomes do gênero e apresentou aos leitores apresentou o anti-herói Arkady Renko, inspetor-chefe do departamento de homicídios. Mais de 20 anos depois, Smith traz de volta seu protagonista, um homem agora cansado e desiludido, forçado a investigar um estranho caso. Passageiros afirmam ter visto o fantasma do ditador russo Josef Stálin vagando pelos corredores escuros do metrô de Moscou, toda noite, no mesmo horário. Os rumores começam a se espalhar, disseminando inquietude pela cidade. A tarefa de solucionar o mistério é confiada a Renko, que não está disposto a acreditar em sobrenatural. Para ele, o fenômeno tem todas as características de um teatro montado para fins políticos – o objetivo seria reacender uma nostalgia latente em todo o povo russo. Mas logo as coisas ficam complicadas: explodem protestos, terrorismo e uma série de homicídios, que Renko suspeita terem relação com Nikolai Isakov – um veterano Boina Negra da guerra civil na Chechênia, e hoje expoente da direita ultraconservadora. Isakov é perigosamente próximo a Arkady, por manter um relacionamento suspeito com Eva, companheira do detetive. Assim, quando Eva desaparece, a vida inteira de Renko passa a depender da investigação que vai além da cidade de Moscou, onde estão sendo exumados corpos de milhares de soldados soviéticos mortos durante a guerra contra os invasores alemães, em 1941. O inspetor-chefe será forçado a lidar com o fantasma de seu pai, general do Exército e um dos mais próximos colaboradores de Stálin. E descobrirá segredos que remontam à Segunda Guerra Mundial, que muitos estão dispostos a proteger.