"As alterações que vivemos no século XXI nos inserem em um contexto social em que críticas feministas ao sujeito universal reinventaram discursos e dispositivos de análise científica, política e jurídica dos séculos anteriores a respeito de sexualidade e gênero. Entre outros fatores, as biotecnologias, os recursos midíaticos, a internet e suas redes sociais, as alterações nas dinâmicas capitalistas, a proliferação de uso das instituições integradoras e a emergência dos movimentos sociais identitários, sem esquecer as implicações ocorridas no pós-aids, resultaram em uma complexa rede pedagógica em que se formam, conformam e regulam os sujeitos. Nessa perspectiva, o corpo foi tomado como o efeito criativo que, considerando as marcas sexuais, raciais e de classe, performatiza inúmeras possibilidades. Com isso, os marcadores identitários tradicionais, a exemplo dos sexuais, foram problematizados e desestabilizados por inúmeras formas de vivê-los. [...]