Os contos de Giselle Maria podem se classificar como do tipo "sim, mas". Sim, eles se mostram profundamente emotivos, mas de nenhum modo piegas. Sim, o humor que os perpassa é indubitavelmente negro, mas o espírito que os anima revela-se igualmente generoso. Sim, eles tratam de situações comuns vividas por pessoas comuns, como se fossem realistas, mas através de uma estética deliciosamente surrealista. Sim, dão voz e visibilidade àquelas pessoas comuns, mas não as transformam em vítimas ou em coitadinhas. Sim, esses contos desmontam todos os clichês da música, da mídia, da educação, da política e da religião sobre a tal da "gente humilde", mas a partir de uma profunda fé na possibilidade da transcendência. Em resumo e sem qualquer exagero: cada um dos contos de Giselle Maria é uma pequena obra-prima.