Mas, A Volta do Parafuso provocou polêmica, porque nunca ficou claro se a preceptora, que narra a história de um casal de crianças possuído pelos espíritos de um criado de quarto e uma antecessora de sua função num casarão antigo em Bly, interior da Inglaterra, eram reais ou apenas fruto de uma imaginação obsessiva. Pelo viés da análise freudiana da reprimida sexualidade da era vitoriana, a preceptora, cheia de romantismo exaltado e sem experiência sexual alguma, podia ser vista como narradora altamente "suspeita". Em "A Arte do Romance", um de seus trabalhos de crítica literária mais elogiados, o próprio Henry James, ao falar sobre a gênese de A Volta do Parafuso, não se detém nesse aspecto, revelando apenas um desejo de tecer uma fantasia, como um conto de fadas, sobre uma remota história de fantasmas que lhe fora narrada, da qual conservara lembranças vagas. Nada indica que levasse fantasmas a sério e pensava mais, na qualidade de artista refinado, em fazer uma incursão menos previsível por um gênero literário marcado pela fantasia. Considerava a novela "um estudo sobre um 'tom' concebido, o tom de um problema suspeitado e sentido, de um tipo extraordinário e incalculável - o tom da trágica, mas requintada, perplexidade".