Afásico, atormentado pela sífilis, pelas convulsões. Por imagens do que ele gostaria de ter sido e pela imaginária perseguição que lhe move o clã de Victor Hugo, o poeta Charles Baudelaire briga com a morte num quarto de hotel em Bruxelas. É lá que vai encontrá-lo “Os últimos dias de Charles Beaudelaire”, romance de Bernard-Henry Lévy, menos uma biografia convencional e mais um patchwork em que se misturam a fantasia, a investigação romanesca, a história de uma época, a análise da sexualidade, religião e uso das drogas em determinado contexto, e gêneros múltiplos que servem como veículo para os personagens que recontam a saga baudelairiana: Jeanne Duval, a terrível Mme. Aupick, mãe de Charles, o editor Poulet-Malassis, o fotógrafo Charles Neyt e sua última locatária, Mme. Lepage. Uma obra envolvente que fez Bernard-Henry Lévy assegurar o lugar de grande romancista.