O estudo de Varnhagen tem caráter de relato factual, com detalhes dos combates em geral e do regime de coexistência que perdurou, durante a governança de Nassau entre holandes e luso-brasileiros. É uma interpretação com base em pesquisas em várias capitais européias, com notas elucidativas de pé-de-página que serviram a historiadores brasileiros posteriores como Rocha Pombo, Calógeras e, mais recentemente, Gonsalves de Melo e E. Cabral de Melo. Varnhagen ilustra com imparcialidade valores militares e o papel primordial da marinha holandesa em sustentar o cerco do Recife por duas décadas com suprimentos e até mesmo de elementos bem recebidos, quando os batavos cercados comiam cavalos, gatos e ratos. A exposição mostra aspectos de crueldade alternados a gestos de fidalguia entre os mercenários da Companhia das Índias Ocidentais e os mal-armados luso-brasileiros, improvisados pela liderança ibérica.