Neste livro, Jacob Blanc narra os movimentos de protesto de camponeses que viviam à sombra da usina de Itaipu Binacional a maior produtora de energia hidrelétrica do mundo. Ameaçados nas décadas de 1970 e 1980 de serem deslocados pelo dilúvio do reservatório de Itaipu, as comunidades na área fronteiriça no oeste do Paraná enfrentavam não somente essa ameaça de remoção compulsória, mas também os militares que supervisionavam a construção da barragem. No contexto de uma luta nacional emergente pela democracia, eles transformaram sua luta pela terra num referendo sobre a própria ditadura. Diferentemente da campanha mais ampla contra o regime militar que predominava nos grandes centros urbanos do país, o conflito de Itaipu teve como premissa questões que antecediam o início oficial da ditadura: o acesso à terra, a defesa do meio rural (tanto camponeses como indígenas) e os direitos políticos no campo.