Estamos em tempo de ética. Final de século que confronta valores e estratégias com utopias, conquistas, desafios, acertos, enganos, dúvidas. Muito se tem estudado sobre a dominação e o dominador; todavia, pouco tem dito o dominado, o subalterno, sobre si mesmo, sua vida e sua condição. A reflexão de Maria Carmelita Yazbek vem colaborar para preencher esta lacuna. Mais que a fala, ela nos traz as representações dos subalternizados sobre sua subalternidade. Resgatam-se, assim, os antigos dilemas dos anos 60, da então chamada cultura da pobreza que até hoje embebe o pensamento brasileiro conservador e reduz o povo à acepção mais imediata e difusa de massas sem sujeitos ou protagonistas, cujo senso comum redunda no conformismo carmático expresso em frases tradicionais como: nóis sofre porque Deus quer ou Deus é pai e vem nos acudir. Yazbek escancara o âmago da dignidade do pobre subalterno expresso no inconformismo conformado da subalternidade consentida. Aldaiza Sposati"Estamos em tempo de ética. Final de século que confronta valores e estratégias com utopias, conquistas, desafios, acertos, enganos, dúvidas. Muito se tem estudado sobre a dominação e o dominador; todavia, pouco tem dito o dominado, o subalterno, sobre si mesmo, sua vida e sua condição. A reflexão de Maria Carmelita Yazbek vem colaborar para preencher esta lacuna. Mais que a fala, ela nos traz as representações dos subalternizados sobre sua subalternidade. Resgatam-se, assim, os antigos dilemas dos anos 60, da então chamada “cultura da pobreza” que até hoje embebe o pensamento brasileiro conservador e reduz o “povo” à acepção mais imediata e difusa de massas — sem sujeitos ou protagonistas —, cujo senso comum redunda no conformismo carmático expresso em frases tradicionais como: “nóis sofre porque Deus quer” ou “Deus é pai e vem nos acudir”. Yazbek escancara o âmago da dignidade do pobre subalterno expresso no inconformismo conformado da subalternidade consentida." - Aldaiza Sposati"Estamos em tempo de ética. Final de século que confronta valores e estratégias com utopias, conquistas, desafios, acertos, enganos, dúvidas. Muito se tem estudado sobre a dominação e o dominador; todavia, pouco tem dito o dominado, o subalterno, sobre si mesmo, sua vida e sua condição. A reflexão de Maria Carmelita Yazbek vem colaborar para preencher esta lacuna. Mais que a fala, ela nos traz as representações dos subalternizados sobre sua subalternidade. Resgatam-se, assim, os antigos dilemas dos anos 60, da então chamada “cultura da pobreza” que até hoje embebe o pensamento brasileiro conservador e reduz o “povo” à acepção mais imediata e difusa de massas — sem sujeitos ou protagonistas —, cujo senso comum redunda no conformismo carmático expresso em frases tradicionais como: “nóis sofre porque Deus quer” ou “Deus é pai e vem nos acudir”. Yazbek escancara o âmago da dignidade do pobre subalterno expresso no inconformismo conformado da subalternidade consentida." - Aldaiza Sposati