A agitação geopolítica internacional e os conflitos armados que a humanidade vem atravessando há anos proporcionam a ocasião para esta reflexão sobre a teoria de Freud acerca da Guerra e da Morte. Baseada no mito da horda primitiva, da morte do pai e da dívida comum, a sociedade, segundo o fundador da psicanálise, está organizada em torno da proibição do assassinato e do incesto. A guerra, ao suspender as proibições, proporciona à pulsão de morte um espaço e um tempo de potência. Freud teoriza assim as bases do que poderíamos chamar de uma cultura do assassinato. Com a Primeira Guerra Mundial, na qual seus filhos estavam engajados, ele percebeu que uma transformação estava se operando por meio da guerra total, industrial e informacional.