A boa lógica diz que a coisa acabaria aí. No entanto, há um detalhe que ainda não contei. Nessa época eu tinha treze anos de idade. Cada dia que passava eu me tornava mais destrambelhada. Minha mãe também estava em idade de transição. Ela estava deix ando de ser taurina para virar virginiana, o que podia ser muito perigoso. Meu pai era virginiano e passava álcool nos interruptores. No meu caso a tranformação era mais profunda. A dela tinha a ver com planetas. A minha com hormônios em ebulição. No hospital, quando a enfermeira que tinha feito o curativo da mandíbula perguntou se eu estava satisfeita, respondi que sim. Mentira. Eu queria mais. Eu queria um pino.